
Consultório de
Psicologia
Elaine Paiva
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Sobre o medo e Fobias
Elaine Paiva Silva – Psicóloga Cognitiva Comportamental
Graduada em Psicologia pela UMESP, capacitação em Terapia Cognitivo- Comportamental, focada em atendimento psicológico. Atendendo em Clínica Particular.
E-mail: psicologa.elainepaiva@gmail.com
RESUMO:
Este artigo visa apresentar o conceito de medo e fobia realizando a distinção de ambos segundo a visão da Psicologia Comportamental e oferecendo ao leitor a estratégia de superação.
Palavras Chave: Medo, Fobias
“Não tenha medo de viver, de correr atrás dos sonhos. Tenha medo de ficar parado” (Anita Garibaldi)
Medo... “medooo”...quantas coisas podemos associar a esta palavra: medo do escuro, medo de barata, medo de dormir sozinho, medo de pesadelos; medo... Quem nunca sentiu medo não é mesmo? Aquele frio na barriga, o coração acelerado, a dificuldade de respirar, a boca secando, o suor tomando conta da pele e os músculos se contraindo. Às vezes, este medo funciona como uma cápsula de autoproteção é saudável, necessária e dependendo da intensidade (quando em excesso) esta proteção te paralisa, te limita e você vira mero espectador da sua vida. O medo te controla e toma as rédeas da tua mão. Quando há escassez do medo a pessoa perde a noção do perigo e pode sofrer consequências desagradáveis, ou seja, o indivíduo se arrisca em situações perigosas. Segundo o dicionário Aurélio, a palavra "medo” é um sentimento de viva inquietação ante a noção de perigo real ou imaginário, no entanto esta sensação te deixa em estado de alerta. O medo é desencadeado frente a uma situação que apresenta perigo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença) ao individuo, podendo sofrer prejuízos.
É normal sentir medo em situações de perigo. Por exemplo, imagine que estás andando numa rua escura à noite e você ouve passos e sai correndo, o medo é isso, uma resposta adaptativa que serve para o propósito de ativar uma reação (no caso exemplificado; sair correndo). É possível imaginar alguém que não tenha sentido medo ao ser assaltado? Nessa situação é natural sentir medo em maior intensidade.
Então, dependendo da história de aprendizagem de uma pessoa, pode-se evitar o que produz esta aversividade. Imaginemos outra situação hipotética: José com 7 anos de idade é mordido por um ou mais cachorros por diversas vezes, é possível que quando tiver contato novamente com o canino, sinta sensações de medo, ou seja, o cachorro pode ser aversivo para ele proporcionando sensações ruins.
Conhecemos tantas pessoas que têm medo de falar em público que chegamos a pensar que é uma característica de todo ser humano, quando na verdade ao olharmos para a história de vida destas pessoas, vemos que elas passaram por situações constrangedoras ao falar em público. Como a resposta do medo é algo aversivo, tentamos evitar ou fugir de tais situações; as consequências dos nossos atos afetam nosso comportamento. Neste caso e em muitos outros, para perder o medo desproporcional é necessário que o indivíduo seja exposto ao estímulo causador do medo de forma gradual, começando por imagens mentais, combinado com relaxamento para que esse estímulo perca a função de eliciar uma resposta de medo.
Medo e Fobia são muitas vezes considerados sinônimos, mas não o são, na fobia existe um nível de ansiedade que interfere na vida cotidiana das pessoas. O medo é uma reação a um perigo real externo, já a fobia é um medo irracional em relação a algo que não apresenta riscos iminentes, é acompanhada de muita ansiedade e ocorre em situações em que a maior parte das pessoas não manifestaria medo.
O que caracteriza uma fobia é a noção de que o medo é irrazoável, a pessoa não consegue controlar os sentimentos, e até pensar no medo provoca ansiedade. E quando está exposto a ele, o terror é automático e absoluto. Fobia é o temor ou aversão exagerada ante situações, objetos, animais ou lugares.
Dentro do grupo do medo encontra-se a insegurança, a ansiedade, a fobia, o ataque de pânico, o transtorno de estresse pós-traumático e “algo em comum” sua mente lhe dizendo que algo irá acontecer.
As fobias podem ser de vários tipos:
1. Agorafobia - Medo de estar em lugares públicos, onde o indivíduo não pode se retirar de uma forma fácil ou despercebida, pode levar a pessoa a evitar diversas situações como: estar no meio de uma multidão, andar de ônibus, trem, metrô, passar em pontes, locais fechados, etc.
2. Fobia Social - Medo de situações sociais ou desempenho observável por outrem. O que causa mal estar é a exposição ao possível julgamento dos outros, alguns dos temores: falar em público, comer, beber ou escrever diante de pessoas, ir às festas, situações de flerte, etc.
3. Fobia Simples ou Fobia Específica - Medo diante de objetos ou situações concretas. Há um objeto específico causador do mal-estar.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV (DSM IV) divide as fobias simples ou específicas em 5 tipos:
1. Animais (aranhas, cobras, sapos, etc.)
2. Aspectos do ambiente natural (trovoadas, altura, terremotos, etc.)
3. Sangue, injeções ou feridas
4. Situações (lugares altos, viajar de avião, usar o elevador, dirigir, etc.)
5. Outros tipos (medo de vomitar, medo de doenças, medo de engasgar, etc.)
Quanto às causas, parece haver uma interação entre fatores genéticos, bioquímicos e psicológicos no desenvolvimento da doença de pânico e dos comportamentos fóbicos.
Cabe mencionar, que as fobias se manifestam habitualmente junto às crises de pânico, embora possa existir fobias sem crises de pânico e ataques de pânico sem fobias. A síndrome do pânico é a sensação de súbito terror, sensação de morte iminente, coração disparado, suor intenso, dores no peito, falta de ar, tontura, estranheza com o ambiente ou consigo mesmo, tremores, formigamentos, calafrios ou ondas de calor e a sensação de que algo catastrófico vai acontecer. Atinge o ápice em 10 minutos e pode durar até quarenta minutos. Diferentemente das fobias, os ataques de pânico não estão relacionados a objetos, animais e situações. A causa é desconhecida e a genética pode ser um fator determinante.
Se o medo interfere na sua vida diária você deve procurar ajuda de um profissional, onde o tratamento mais indicado é a psicoterapia comportamental, com uma abordagem que se utiliza dos princípios de aprendizagem para enfraquecer ou eliminar comportamentos inapropriados, que causam desconfortos e sofrimento para o paciente. Nesses casos o terapeuta realiza a exposição controlada e progressiva do objeto temido e utiliza-se de técnicas de relaxamento e controle da ansiedade. O paciente é incentivado a enfrentar algumas situações de forma gradual, em vez de fugir de tais situações, e é realizada uma série de tarefas de casa, onde o resultado é avaliado a cada sessão com o terapeuta. Não tenha medo, tenha coragem para enfrentar tudo isso!
REFERÊNCIAS:
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MOREIRA, M. B., & MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. 221 p.
NETO, T.P.D.B, Sem medo de ter medo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010, 192 p.
PINTO, Ana Rachel. Medo: Algumas considerações numa ótica Behaviorista Radical. Belém, jul/2001. Disponível em: < http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/49.pdf>. Acesso em: 04 de Dezembro 2012.
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